sábado, 10 de novembro de 2012

Valder Falcão e diretores reassumem comando Coomigasp em clima de tranquilidade em Curionópolis
Com o apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, por volta de 9h45 da manhã dessa sexta-feira (9) o presidente da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, Valder Falcão, reassumiu o comando da Coomigasp, cujo afastamento deveu-se à invasão do prédio em 31 de outubro por alguns garimpeiros contrários ao projeto da nova mina de Serra Pelada e  que fazem oposição à atual diretoria, alegando má gestão e corrupção. Valder, que era Diretor Administrativo, assumiu o cargo após o afastamento do ex-presidente Gessé Simão.
Com a presença de um Oficial de Justiça, o mandado da juíza Eline Salgado, da comarca de Curionópolis, foi cumprido sem nenhum incidente,  levando em conta que os falsos líderes do movimento de oposição já haviam deixado o local, permanecendo no prédio apenas cerca de 10 garimpeiros que foram iludidos por eles. Um chaveiro foi convocado para abrir as portas externas e internas da cooperativa e uma ocorrência policial foi registrada “após a constatação do sumiço de documentos e equipamentos eletrônicos pelo Oficial de Justiça e pelos diretores da Coomigasp”, conforme informou o Diretor Financeiro, Marcos Poliplaca.
Após ter acesso ao prédio, sem nenhuma comemoração ostensiva, a diretoria apenas orou o Pai Nosso em agradecimento a Deus pela conquista da Coomigasp e pela determinação da juíza Eline Salgado de anular a assembleia realizada dia 14 de outubro em Serra Pelada pelo pequeno grupo opositor e por ela ter anulada, também, a assembleia convocada para o dia 18 de novembro.
Segundo a decisão da juíza Eline Salgado, “não havendo mais a liminar no Agravo de Instrumento, revigorou-se a liminar concedida para a realização da assembleia do dia 14, ou seja, tornou inválida a assembleia realizada, e por via de consequência a eleição de nova diretoria, eis que se originou de árvore envenenada”.
A juíza disse ainda em sua decisão que a presente ação se finda no impedimento da realização da assembleia geral. “Entretanto, considero que os requeridos estão utilizando-se de má fé processual, ao serem renitentes em cumprir a decisão deste Juízo, com atitudes tumultuárias com vista a fomentar a discórdia entre os associados, convocando novas assembleias sem qualquer permissão deste Juízo e em desrespeito ao Termo de Ajustamento de Conduta – TAC – assinado junto ao Ministério Público do Estado do Pará”.
A juíza Eline Salgado Vieira fez um alerta aos invasores que estavam impedindo a volta da diretoria comandada por Valder Falcão: “O histórico de agressões e mortes na Coomigasp já são muitos, sendo que com a postura dos requeridos de, intencionalmente,  fomentar a discórdia entre os associados, a ponto de invadirem a cooperativa e lá permanecerem, à despeito de terem se retirado, em afronta a este Juízo, requer medidas energéticas para restabelecer o estado democrático de direito”.
 No dia anterior,  isto é, na quinta-feira (8), ao serem comunicados pelo oficial de justiça da decisão da juíza Eline Salgado, os invasores do prédio da Coomigasp em Curionópolis criticaram a decisão da juíza, alegando que “a mesma não determinava o retorno da diretoria anterior ao não citar a reintegração de posse e que a decisão continha falhas, cabendo recurso a justiça em Belém”.  Mas a decisão da juíza Eline é bem clara e não cabe mais recurso.
“Estamos felizes com a retomada da Coomigasp e o reinício dos trabalhos na cooperativa. A justiça foi feita e agora vamos prosseguir o nosso trabalho com muita responsabilidade e seriedade, com a fiscalização da empresa Work, que cuida de gestão financeira e com o respaldo do Ministério Público do Estado do Pará”, afirmou Valder Falcão, presidente da cooperativa.
Todos os diretores e delegados presentes ao ato de retomada do prédio da Coomigasp criticaram os falsos líderes que “mentiram para a classe, dizendo inclusive o absurdo que havia sido encontrada uma pepita de 400 toneladas de ouro em Serra Pelada só para enganar os garimpeiros e com isso levar um pequeno grupo até Serra Pelada dia 14 de outubro para assembleia que não tinha validade nenhuma”.
“Foi uma luta, mas vencemos com o apoio da justiça, da Polícia Militar e da maioria dos garimpeiros. Com esta decisão, poderemos a partir de agora trabalhar com tranquilidade visando a produção de ouro ano que vem. Até o começo de 2013 vamos dar início às aberturas das contas bancárias do garimpeiros para recebimentos de seus dividendos.  A partir de agora, também, vamos trabalhar na organização da fiscalização com uma equipe de profissionais da área de mineração para acompanhar os trabalhos dentro do projeto Nova Serra Pelada”, afirmou o assessor especial da diretoria da Coomigasp, Célio Sá de Sousa.
“O clima agora é de paz e vamos trabalhar para que obtenhamos sucesso na produção mineral e todos os garimpeiros saiam ganhando com a produção mineral a partir do ano que vem”, afirmou o Diretor Administrativo, Pedro Gomes.
Estavam presentes ao ato de retomada do prédio da Coomigasp, entre outros, o Diretor de Produção, José Ribamar, o Delegado Regional de Araguaína, João Ezequiel (João Araguaína) e outros delegados regionais, muitos garimpeiros que apoiam a atual diretoria e funcionários da cooperativa. De acordo com a empresa Colossus, que fez parceria com a Coomigasp, o início da produção mineral está previsto para o primeiro semestre de 2013.

domingo, 4 de novembro de 2012

VEJA COM EXCLUSIVIDADE A MATÉRIA DO PROJETO SERRA PELADA NA REVISTA VEJA!!!!

Revista VEJA, 31 de Outubro de 2012.
A nova corrida do ouro em Serra Pelada — sem as tensões, o sofrimento e as cenas bíblicas dos anos 80
Operários da mineradora canadense no túnel escavado recentemente em Serra Pelada. A terra rica em partículas de ouro será retirada e levada à superfície por máquinas (Foto: Antônio Milena / Milenar)

A NOVA CORRIDA A SERRA PELADA

No local onde existiu o maior garimpo do mundo, ainda há muito ouro. Em 2013, esse tesouro começará a ser explorado de forma organizada e com o uso de tecnologia moderna
Vinte e cinco anos depois do fechamento do maior garimpo do mundo, Serra Pelada voltará a produzir ouro. No lugar dos 100.000 homens de todas as partes do Brasil que se amontoaram nos terraços enlameados de uma cratera cavada no sul do Pará em busca do metal precioso, em condições precárias, haverá máquinas modernas operadas por funcionários com carteira assinada e protegidos por equipamentos de segurança.
Nos anos 80, uma cena bíblica: a terra retirada no garimpo era carregada em sacos no ombro por milhares de garimpeiros, e a escavação se fazia com pás e picaretas (Foto: Luis Novaes - 1982 / Folhapress)
Em vez de garimpeiros agachados em frente a uma fogueirinha fervendo mercúrio em uma panela para separar as partículas de ouro da terra, serão utilizados complexos processos não poluentes de decantação, flotação e fundição para produzir barras de ouro de 25 quilos com 80% de pureza.
Nas próximas semanas, a mineradora canadense Colossus Minerals, que está investindo 700 milhões de reais em Serra Pelada, concluirá a medição da reserva ainda intocada, que escapou às escavações artesanais dos garimpeiros na década de 80.



SEM MERCÚRIO -- No processo industrial, a separação será feita com técnicas não poluentes, como a decantação e a fundição -- na foto, em fase experimental (Foto: Antonio Milena / Milenar)
Em 2010, quando a cooperativa dos garimpeiros ganhou do governo federal o direito de retomar a exploração de seu tesouro, os técnicos do Ministério de Minas e Energia estimaram em 50 toneladas a quantidade de ouro ainda existente no local. Se o cálculo se confirmar, será mais do que se conseguiu extrair nos sete anos em que o garimpo funcionou, entre 1980 e 1987 (40 toneladas).
Os velhos métodos, contudo, não servem mais. O ouro remanescente encontra-se misturado em uma camada de argila, a 200 metros de profundidade, que se estende a sudoeste da cratera aberta nos anos 80

Os garimpeiros não sabiam disso e, depois de retirar o ouro que estava mais próximo à superfície, continuaram cavando na vertical. Em vão. Eles já não conseguiam encontrar uma quantidade significativa do minério e acabaram atingindo um lençol freático, que começou a inundar o garimpo. O governo, então, mandou interromper as atividades no local.
COM MERCÚRIO -- Na década de 80, os garimpeiros usavam metal tóxico para isolar o ouro das impurezas (Foto: Claudio Laranjeiras)
Para retomar a exploração, a cooperativa teve de criar a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, uma joint venture com a empresa canadense. Os 38.000 garimpeiros cooperados não precisarão fazer nada além de dividir entre si 25% dos lucros da operação.
Na Vila de Serra Pelada, situada no município de Curionópolis, há uma gameleira de 15 metros de altura que serve de ponto de encontro de homens que há trinta anos sonham com a reabertura do seu Eldorado. A árvore ganhou o apelido de “Pau da Mentira”, por causa das histórias improváveis contadas à sua sombra, mas bem que agora poderia ter seu nome mudado para “Pau da Esperança”.
José Mariano dos Santos, de 58 anos, acredita que a nova fase de Serra Pelada poderá garantir a ele e seus colegas uma renda mensal de 20.000 reais. No passado, Santos chegou a acumular 411 quilos de ouro, o equivalente a 47 milhões de reais em valores atuais, o que fez dele o segundo homem mais rico do garimpo. Esbanjou tudo em festas, em viagens extravagantes e em investimentos desastrados. Hoje ele sobrevive do salário mínimo que recebe como aposentadoria.
Os representantes da mineradora se preocupam com as expectativas dos seus sócios brasileiros. “Não temos dúvida de que esta mina tem potencial para se tornar uma das mais produtivas do mundo, mas infelizmente não será capaz de enriquecer esses 38.000 homens”, diz a canadense Ann Wilkinson, vice-presidente da Colossus.
ALAGADA -- Na gigantesca, impressionante cratera escavada nos anos 80, os garimpeiros que eram donos de "barrancos" contratavam outros homens para ajudá-los a retirar a terra com ouro. O lago que se formou no local tem uma área equivalente à de dois estádios do Maracanã (Foto: Antonio Milena / Milenar)
Para atender à remuneração sonhada pelos garimpeiros, a mineradora teria de atingir uma média de extração anual dez vezes a das principais minas do mundo. Isso é impossível, mesmo com a alta concentração de ouro que os técnicos estão encontrando em Serra Pelada.
A média confirmada até agora é de 20 gramas de ouro por tonelada de terra. Em comparação, a média na maior mina em operação no Brasil, em Paracatu, em Minas Gerais, é de 0,45 grama por tonelada. Durante a fase de prospecção, os geólogos descobriram que as imagens de enormes pepitas de ouro, que ajudaram a fomentar a corrida a Serra Pelada nos anos 80, não se repetirão. Essas pedras já eram raras naquele tempo, e, agora, mais ainda.
Cada terraço retangular é um "barranco", medida de propriedade dos garimpeiros na década de 80 (Foto: Grislaine Morel / Gamma)
O ouro em pó que sobrou está diluído no solo argiloso. Para que se chegue aos pontos de maior concentração do metal, foi construído um túnel de 1 600 metros de extensão e 5 metros de largura. Mesmo que haja alguma pepita em meio às 150 toneladas de terra que serão recolhidas diariamente por pequenas escavadeiras, ela acabará triturada no processo mecânico de separação do metal.
A dificuldade técnica e o alto custo da extração na “nova” Serra Pelada são compensados de duas formas. Primeiro, o ouro não é o único tesouro do local. Há quantidades significativas de platina e paládio, metais de grande valor industrial e para a confecção de joias. “Só são conhecidas outras duas minas no mundo onde o ouro vem acompanhado desses metais”, diz o presidente da Colossus, o canadense Claudio Mancuso.
NOVA ILUSÃO -- O garimpeiro José Mariano dos Santos, o Índio, achou 411 quilos de ouro, tornando-se um dos homens mais ricos de Serra Pelada (no detalhe, no auge). Perdeu tudo. Ele sonha em receber 20.000 reais mensais com a parcela que lhe cabe na repartição dos lucros da mineradora com a cooperativa dos garimpeiros

A segunda compensação é a crescente demanda pelo ouro, motivada pela desvalorização do dólar e pela instabilidade nas bolsas de valores. No ano passado, o metal acumulou uma alta de 16%, enquanto o índice Bovespa caiu na mesma proporção, e os bancos centrais compraram 440 toneladas de ouro, quase seis vezes mais do que em 2010.
O aumento da procura fez o preço da onça troy (equivalente a 31 gramas) saltar de 300 dólares, em 1998, para 1 710 dólares, na semana passada. Da preferência dos investidores do século XXI à febre que levou milhares de brasileiros a abandonar a família para tentar a sorte em Serra Pelada nos anos 80, o ouro é desejado por uma razão simples. Ele é raro. Todo o ouro já extraído no planeta, 160.000 toneladas, caberia em apenas duas piscinas olímpicas.


FONTE: REVISTA VEJA, EDIÇÃO DE 31 DE OUTUBRO DE 2012.



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

COMUNICADO URGENTE À CLASSE GARIMPEIRA
O presidente da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, Valder Falcão, vem a público esclarecer que o Departamento Jurídico da Coomigasp já tomou as devidas providências para que a diretoria reassuma a qualquer momento o comando da cooperativa, com uma decisão judicial de reintegração de posse e volte a despachar normalmente no prédio da entidade na Avenida Pará, nº 120, no centro de Curionópolis (PA).
Vale esclarecer que o prédio da Coomigasp foi invadido ontem (31) por um grupo de pessoas, sob a orientação do elemento Toni Duarte, presidente de uma associação de garimpeiros criada por ele mesmo, que não representa a categoria nem de fato  e de direito e por outros falsos líderes garimpeiros, que tentam a todo custo tomar a presidência da cooperativa visando apenas interesses financeiros pessoais.
A Cooperativa não está funcionando, já que todo o corpo de funcionários aguarda a decisão de reintegração de posse da verdadeira diretoria, presidida por Valder Falcão, para poder voltar ao trabalho, levando em conta que o cidadão que assumiu a cadeira de presidente não tem nenhuma representatividade no meio garimpeiro e a assembléia da qual ele diz que foi eleito, dia 14 de outubro, não teve validade legal e jurídica, a exemplo da assembléia que o mesmo grupo minoritário está proclamando, irresponsavelmente, para o dia 18 de novembro.
A diretoria da Coomigasp pede paciência e compreensão a todos os legítimos garimpeiros e informa que nas próximas horas, com base em decisão judicial, voltará ao comando da cooperativa e prosseguirá com o seu trabalho sério, competente e transparente, acompanhada por uma empresa de gestão financeira e com o aval do Ministério Público do Estado do Pará e respaldada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
Leia abaixo a decisão da juíza Eline Salgado Vieira, da Comarca de Curionópolis, que anula a assembléia do dia 14 de outubro e na qual ela afirma, categoricamente, que o elemento Toni Duarte não tem respaldo para falar em nome dos garimpeiros:


Serra Pelada: e continua o quiproquó em torno da Coomigasp
E continua o quiproquó em torno de quem realmente tem direito a assumir a diretoria da Coomigasp – Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada. 
Essa semana um grupo que faz oposição à atual diretoria teria invadido a sede da cooperativa e tomado posse da mesma. Segundo informa a assessoria de imprensa da Coomigasp, a atitude foi arbitrária e irracional, já que houve um despacho autorizando a volta da diretoria eleita.
Já o grupo de oposição alega que durante o afastamento da atual diretoria houve uma assembleia geral que elegeu uma diretoria provisória com o intuito de organizar novas eleições para escolha de uma nova diretoria para comandar os quase 38 mil garimpeiros associados espalhados pelo Brasil.
Centenas de garimpeiros aguardam em Curionópolis o desenrolar judicial sobre quem assumirá a direção da Coomigasp. Mandados de segurança, reintegrações de posse e outros atos jurídicos estão sendo analisados pela juíza Eline Salgado.
É preciso que as autoridades tratem esse imbróglio de Serra Pelada com muita atenção. Muitos já foram mortos durante essa peleja pelo poder da Coomigasp, que detém a autorização do governo federal para a lavra em Serra Pelada.
É bom lembrar que tudo isso acontece e nenhum grama de ouro foi, ainda, retirado pela Colossus em Serra Pelada. Imagine você como será a situação quando o projeto começar a produzir!